
Episódio XII: Éééé, amigo! Tem moleza para ninguém não.. Enfim aconteceu a reunião entre os botswaneses e os três mais capacitados guerreiros da missão. Devido à importância desse encontro, estiveram presentes desde o grão-marechal etíope até os seus subordinados [os angolanos, o pessoal do Pentágono, os argelinos, o Alto Comando mongol, os marechais espanhóis, os panamenhos, os albaneses, os moldavos e os comandantes botswaneses. Nessa ordem hierarquicamente respectiva (bem, dá pra entender)]. Matossas, o único dos três que já sabia de que formaria o triângulo mágico, leu o seu relatório e apresentou a todos o seu plano que vinha sendo cuidadosamente elaborado. Tudo isso após uma descrição oral minuciosa das características gerais e específicas dos três integrantes. Pois bem, o plano consistia em invadir a base militar moderninha holandesa pela frente mesmo (aproveitando que o portão não estaria sendo vigiado, visto que a ceia de natal é sagrada por lá e todos se encontrariam na sala reunidos); atacar o alvo; destruí-lo e deixar o local. Todos os presentes aplaudiram a explanação de Matossas e consentiram que aquela era a melhor forma de se agir. Todos, exceto o ex-selvagem Alexsofu. O rapaz de temperamento difícil e conhecidas dificuldades de socialização não achou a idéia boa e devido a isso matou Matossas a sangue frio na frente de todos.
Estavam todos perplexos e boquiabertos. Todos, exceto o segundo guerreiro que gargalhava descontroladamente e mangava da tragédia. Depois de tanto troçar do pobre do morto, o segundo guerreiro elogiou Alexsofu ("nossa cara! você é bom!"), percebeu que, tirando ele, ninguém tava rindo, tomou vergonha na cara e calou a boca. É que havia achado engraçado, mas o grão-marechal etíope tinha outra opinião sobre o fato. Diante de uma platéia atenciosa, o grão-marechal Adis Adeba discursou defendendo que a missão precisava de homens corajosos e sinceros como Alexsofu e ordenou que este recebesse uma condecoração (meio inútil) por ato de bravura. Ponderou ainda que sua habilidade guerreira era indispensável para o sucesso da missão. Bem, não vou me prolongar com os detalhes do acontecido, afinal, logo depois os "cabeças" já estavam convencidos de que venceriam com os dois guerreiros mortais. Ficaram empolgados e ordenaram que eles treinassem também naquela noite pois amanhã era "o dia".
Tem moleza para ninguém não... O segundo guerreiro tinha um modo próprio de liberar seu instinto assassino e furor no treinamento. Começava sempre com a posição da garça parida para concentrar seu chakra. É bem verdade que isso exigia grande esforço da sua parte como se pode ver em sua feição, mas, ele portava um livro na mão com os dizeres: "Coragem. É pelos judeus!" e sempre que o cansaço começava a vencê-lo, ele lia tais palavras e readquiria forças. Não entedia muito de História, mas era movido pelo desejo de vingar o holocausto. Desde que seu amigo tibetano Hu Jintao o ensinou que ele deveria vingar o que os holandeses fizeram aos judeus, o segundo guerreiro não pensa em outra coisa. É, sem dúvidas, o que mais vem se dedicando ao trabalho. Fora escolhido a dedo, logo após Alexsofu ter se atrasado por deficiência matemática naquela fatídica tarefa. Como todos devem se lembrar, no episódio VI, o segundo guerreiro é selecionado para suprir as deficiências de Alexsofu e trabalhar em equipe com ele. De fato, Zwangsgewalt era a escolha acertada a ser feita. Quando viveu no Tibet era conhecido por ter descoberto qual era a lógica na seqüência dos números primos (pena que depois ele esqueceu e nem anotou qual era); resolver os mais complicados algoritmos de olhos vendados e contestar de forma brilhante a quadridimensionalidade do universo, através de avançadas equações de décimo-nono grau. Além de tudo isso, Zwangsgewalt tinha uma habilidade rara na arte de matar. Não que já tivesse tirado a vida de alguém, mas é possuidor de uma técnica de raciocínio rara. Ele consegue abstrair todos os movimentos humanos que acontecem ao seu redor, transforma-os intuitivamente em equações matemáticas e pode prever cada ação do inimigo. Depois basta ele criar uma equação correta que defina o seu movimento e seguí-la, o que ele faz com estranhíssima competência. Dessa forma, ele consegue o resultado que pré-determinar em qualquer situação. Juntando-se o calculismo de Zwangs ao furor selvagem do perigoso Alexsofu, tem-se a perfeita definição do adjetivo "letal".
Aquela noite fora de árduo treinamento para os dois. Ambos ficaram exaustos e dormiram cedo. Os seus superiores, porém, ainda estavam acordados e temiam que algo lhes acontecesse em represália. Sempre temeram a "desfamiliarização" de Alexsofu com as leis e demais regras de conduta. Devido a isso, acharam que era prudente aplicar injeções com pequenas doses de anfetamina para fazer os guerreiros dormirem e não matarem ninguém durante a noite de sono de todos. Como ninguém sacava de medicina (e nem de química se é que o leitor não percebeu) por lá, o resultado não foi dos melhores... O que aconteceu? Não perca no próximo episódio.
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